sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Corta Como Navalha Fria

Corta...
A navalha fria corta meu peito
Desta vez profunda é a ferida em meu coração
O mesmo que pulsa, mas não como antes
Esvai o sangue quente que depois esfria
Corta a navalha fria o meu coração
sem razão
Sem a lógica que deveria ter
Corta
Leva um pedaço
Justo o que me deixava mais feliz
Leva pra longe
agora para um "lugar seguro"
Frio como a navalha
Mas seguro... onde eu não possa te alcançar
E te fazer sofrer e te fazer chorar
Te fazer sorrir e te fazer sonhar

Corta
As asas brancas que te traziam a mim
Corta fria a navalha
Que me leva ao inferno
Não muito diferente do que vivemos aqui
Talvez lá estaria melhor
Corta o drama
Meu direito
Estupidamente
Como eu te via feliz

Corta navalha
Sequestrando ela de mim
E nada podemos fazer
A não ser guardar os pedaços que ficaram pelo caminho
Não há resgate
Nada posso fazer
Nada
Como eu queria te ver crescer

Corta
As palavras frias
Asperas e rudes cortam seus sonhos
Não deve ser facil ouvir de quem mais se ama
Tal oposição
E ter que cortar talvez o unico pedaço que realmente te deixaria feliz
Nos deixando assim
Longe
Corações cortados
Pela estupides da navalha
Pela soberba
Do latim superbia
Capricho

Sequestraram-na de mim
Um pedaço de mim
Cortando minha pele devagar
Como num cativeiro particular
Simples assim

 Tendo você longe de mim.
Falta um pedaço
O que me deixava mais feliz

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Poesia em Homenagem ao Proletariado: "Onde nos Aprisionamos"

Nos aprisionamos em nossa própria consciência
Deixamos que, a maioria sociável, diga como devemos caminhar
Sufocamo-nos com o sacrifício diário em ofícios bastardos
Fadados à maneira de manipular do lucro necessário
Somos assassinos...
Suicidas...
Matamos nossa própria vontade
Cortamos as asas brancas de nossos sonhos
Rendendo-se as vaidades das necessidades primárias
Sufocamos o nosso ego, nossos desejos
Matamos a nossa inocência
Sufocamos a flor que brota da pureza
O sal da terra...
Tudo é igual
Como aquilo que despejaram nas latrinas da  antiguidade
Ainda hoje em sanitários privados luxuosos

Nos aprisionamos em nossa própria miséria
Na miséria humana da necessidade de posses
De bens..
Da luxuria...
De humanos
Somos assassinos
E mesmo que eu me engane um milhão de vezes
Estarei de mãos atadas
Fazendo os mesmos movimentos
As mesmas perguntas
Dando o mesmo sorriso amarelo
Na mesmice
Assim como suínos em direção ao matadouro

Como o grão que se perde no caminho
Não sabemos se produzimos
Se as pedras sufocarão nossas raízes
Se os espinhos nos sufocarão...
Onde um único recolhe cada gota de nosso suor
Que escorre e cai no bolso de quem pouco faz

Somos assassinos
Matamos à passos lentos
Como na ampulheta do tempo que escorre por nossos dedos
Matamos os sonhos que crescem
Os talentos que nos foram dados
Nos contentamos com o pouco
Deixamos de ser
Nos aprisionamos em nos mesmos
Ou em quatro paredes atrás de uma tela
Aonde o tempo de nossas vidas são sugados por maquinas
Nos aprisionamos no proletariado
Deixando de ser aquilo que somos